terça-feira, 10 de setembro de 2013

Breve Histórico da Equipe Desmatamento-Queimadas Sustentável

ORIGEM DO DESMATAMENTO
O desmatamento no Brasil é um dos grandes problemas ecológicos enfrentados pelo país na atualidade. Várias são suas causas, e elas têm peso distinto nas diversas regiões, sendo as mais importantes a conversão das terras para a agricultura ou para a pecuária, a exploração madeireira, a grilagem de terras, a urbanização e a criação de infraestruturas como pontes, estradas e barragens.1 2 O estado do Mato Grosso é o mais atingido pelo desmatamento, seguido pelo Pará e Rondônia.3
Desde que o homem chegou ao atual território do Brasil, há milhares de anos, passou a produzir impacto ambiental em ciclos repetidos de desmatamento. Mudanças climáticas também devem ter provocado importantes rearranjos nas composições florestais de amplas regiões, mas o conhecimento do processo em épocas tão recuadas é muito incompleto.4 5 6 7 A partir da conquista portuguesa em 1500 os dados começam a ser mais abundantes, atestando que muitas florestas caíram, especialmente no litoral, para retirada de madeiras e uso agropecuário da terra. De lá para cá o problema se agravou profundamente.5 8 Estima-se que o país tinha originalmente 90% de sua área coberta por formações florestais variadas, o restante constituído de campos,9 mas em 2000 a proporção total havia baixado para 62,3%.1 Regionalmente a situação é ainda mais preocupante. Alguns biomas tiveram reduções muito maiores, especialmente a Mata Atlântica, uma das florestas mais ricas em biodiversidade do mundo, da qual hoje resta menos de 13%, e em estado altamente fragmentário, o que acentua sua fragilidade.10 Segundo dados da FAO anunciados em março de 2010, nos últimos anos o Brasil vinha apresentando uma nítida tendência de redução na taxa anual de perdas, e reduziu a área líquida desmatada em 20 anos. No entanto, continua líder mundial, seguido pela Indonésia e a Austrália,11 12 e em 2013 o ritmo da devastação voltou a crescer.13
Desde os anos 70 o desmatamento vem ganhando crescente evidência nas mídias e vem sido combatido por crescente número de personalidades insignes, entre as quais se contam cientistas, artistas, filósofos, juristas e educadores de mérito amplamente reconhecido, desencadeando uma vasta polêmica pública que nos últimos anos se exacerbou de maneira intensa.14 15 O declínio no ritmo das perdas na última década tem sido saudado no país e no mundo como altamente positivo, em toda parte se multiplicam as pesquisas científicas e as iniciativas independentes para um desenvolvimento ecologicamente seguro,16 15 o governo tem investido muitos recursos no setor e tem grandes planos para o futuro,17 3 mas isso tem sido considerado muito pouco para assegurar uma mudança definitiva em direção à sustentabilidade, e o governo em sido duramente criticado por desencadear retrocessos graves em vários níveis que anulam os ganhos.18 1 19 15
O desmatamento não é um impacto ambiental isolado. Ele está intimamente ligado a outros danos ecossistêmicos, como a poluição, a invasão de espécies exóticas e o aquecimento global, reage com eles e essa integração os reforça mutuamente, gerando efeitos negativos maiores do que a simples soma de seus componentes, efeitos que são muitas vezes irreversíveis.5 O problema é grave no Brasil, tem raízes culturais antigas e profundas e muitas ramificações, produz sérios prejuízos ecológicos, sociais, econômicos e culturais, e não parece estar perto de uma solução definitiva, enfrentando maciça pressão de setores conservadores e do agronegócio.1 8 20 15 21 22 Os especialistas que o estudam afirmam que são necessárias medidas muito mais enérgicas de combate, que levem em consideração os dados científicos antes do que os interesses políticos e econômicos, e que incluam uma educação da sociedade em larga escala, pois grande parte do problema deriva da escassa informação do público em geral, especialmente das populações mais pobres, sobre a decisiva influência de seus hábitos e formas de pensamento na degradação das florestas e de todo o meio ambiente

EVOLUÇÃO

Colonos italianos no Rio Grande do Sul no final do século XIX transportando toras de araucária. Ao fundo, a mata já devastada
Há indícios de que o homem vem provocando o desmatamento desde que chegou ao atual território do Brasil, há milhares de anos, mas é difícil estimar o ritmo e a extensão do processo naqueles tempos remotos. As evidências correspondentes a algumas regiões amazônicas indicam que áreas extensas sofreram clareamento, que depois foi revertido por recuperações espontâneas da mata, quando as terras foram abandonadas. Isso parece ter acontecido em ciclos repetidos. Modificações importantes na composição e cobertura florestal de muitas regiões também ocorreram por virtude de mudanças climáticas, até a relativa estabilização do clima por volta de 4 mil anos atrás.6 7 4 5 23 A partir da chegada dos portugueses, em 1500, iniciou-se um novo ciclo de desmatamento, que até o presente não cessou. Um dos primeiros recursos naturais do país que eles exploraram foi o pau-brasil, árvore cuja madeira produz um corante vermelho muito apreciado naquele tempo. Abundava no litoral, mas a sua procura foi tão intensa que a espécie quase foi extinta.8 1
No entanto, segundo estudo de Shawn William Miller, o sistema português de exploração madeireira nos séculos seguintes se revelou muito ineficiente, sendo a única nação colonialista que sofreu uma escassez sistemática de madeiras num contexto de abundância. A despeito de serem lançadas algumas regulamentações de proteção e do monopólio real sobre as madeiras de lei, as perdas foram intensas durante a fase colonial, mas principalmente por causa do avanço da agricultura. O monopólio em particular foi a causa de grande desmatamento, pois muitos proprietários de terras costumavam queimar toda a floresta que possuíam, apenas para evitar a interferência do governo em suas atividades. Nesta fase, o litoral foi a região mais afetada.8
Durante o império a situação piorou. O país iniciava sua industrialização, a população aumentava exigindo novas áreas e mais recursos naturais para consumo e várias regiões receberam grandes levas de imigrantes no intuito de colonizá-las, abrindo espaços em terras virgens. Também foram abertas grandes plantações de café e algodão, e a cana-de-açúcar, que já havia provocado grandes estragos nas matas do nordeste durante o período colonial, continuou a ser cultivada em larga escala.1

SITUAÇÃO ATUAL
Mapa do desmatamento no Brasil, de 2002 a 2008. Fontes: Prodes (INPE) e Monitoramento por Biomas (IBAMA). Obs: O monitoramento não cobre as áreas de vegetação de Cerrado e Campinarama localizadas no Bioma Amazônico.29
Entre 1990 e 2000 o país perdeu mais 22 milhões de hectares,1 e entre 2000 e 2005 se tornou o maior desmatador do mundo, respondendo por 47% das perdas globais,30 embora as áreas protegidas se ampliassem bastante, praticamente dobrando sua área,31 grandes recursos tenham sido destinados à fiscalização, monitoramento e infraestrutura22 e o ritmo de desmatamento começasse a se reduzir significativamente desde então, atingindo um recorde em 2012, com a menor taxa em 24 anos, segundo dados do MMA.32
Em 2013, no entanto, essa tendência positiva se dissolveu, e o desmatamento voltou a crescer rápido.33 34 13 Na Amazônia, entre agosto de 2012 e junho de 2013 as perdas acumuladas chegaram a 1.885 quilômetros quadrados, o que representa um aumento de 103% em relação ao período anterior. As áreas degradadas, por sua vez, se expandiram mais de 1.000%.35
Nestes últimos anos o desmatamento tem recebido concentrada atenção dos estudiosos e vem ocupando considerável espaço nas mídias, tornando-se o centro de uma grande e inflamada controvérsia pública. O atual governo reconhece que o desmatamento é um desafio difícil de conter, mas sustenta que suas políticas estão provando ser sólidas e efetivas, que o meio ambiente é uma prioridade e que o país é um modelo de gestão ambiental para as outras nações.36 37 38 39 A redução acumulada no ritmo da desflorestação nos anos recentes é amplamente reconhecida e foi elogiada até pela ONU,16 mas o governo tem sido acusado por inúmeros e renomados ambientalistas, cientistas, educadores, artistas, juristas e outros personagens ilustres, de fazer de toda a questão ambiental uma simples jogada política, aplacando de um lado algumas necessidades mas de outro favorecendo interesses econômicos abusivos quando não criminosos que provocam danos não compensados pelos ganhos, sendo considerado por eles como a pior administração das últimas décadas na abordagem dos problemas socioambientais.40 41 42 19
ORIGEM DAS QUEIMADAS
A origem dessas queimadas nunca é involuntária, sempre começa pelas mãos do homem, com as mais diversas finalidades, sendo que a principal, sempre é, o preparo da terra para cultivo. Ocorre que, na maioria dos casos, perde-se o controle e o fogo se espalha, dizimando grandes áreas de vegetação, fenômeno que é facilitado pela baixa umidade e a falta de chuvas nessas regiões.
EVOLUÇÃO
A queimada é um processo de queima de biomassa que pode ocorrer por razões naturais ou ser provocada pelo homem. Sua evolução passa pelos estágios de ignição, chamas, brasas e extinção. A ignição depende do material a ser queimado (biomassa) e de fatores ambientais como temperatura, umidade relativa do ar e vento.

SITUAÇÃO ATUAL

Mês 2012 2013 %
Janeiro 38 36 -5%
Fevereiro 81 100 23%
Março 99 57 -42%
Abril 82 103 26%
Maio 82 118 44%
Junho 30 47 57%
Julho 179 181 1%
Agosto 435 497 14%
Setembro 35 105 200%
Total 1061 1244 17%

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